Primeira vez na Disney pós lesão, 2005 |
Essa cadeirante já foi duas vezes à Disney. A última vez em 2014. Aprendi na marra (e correndo alguns riscos) quais brinquedos são seguros para mim. Por ter uma tetraplegia, não tenho equilíbrio de tronco. Isso quer dizer que sou uma maria mole sem apoio nas costas, e não consigo fechar as mãos, ou seja: não me seguro pra evitar quedas. Caio mesmo! Você não precisa entrar nas mesmas ciladas que eu já me meti, e pode aproveitar mais o passeio. Postei algumas dicas baseadas na minha experiência.
Para pensar antes de viajar
Se você não quer sair de jeito nenhum da sua cadeira de rodas, vai ficar restrito a shows e poucos brinquedos (de cabeça estou me lembrando de um ou dois em que fui direto na minha cadeira). É uma opção. Já que a Disney é uma fantasia, linda de ver.
Camilla, minha amiga, e eu. Disney 2014 |
Se você é paraplégico e tem muita força no braço e controle de tronco, vai poder ir em praticamente tudo, desde que consiga se transferir sozinho. A má notícia é que os funcionários dos parques são proibidos de ajudar. Mesmo que esteja óbvio que você vai morrer, lá, eles não te proíbem de ir nos brinquedos (se você é adulto e está dentro dos parâmetros de tamanho). Por um lado é bom. Você é único responsável pela decisão de ir. Mas exatamente por isso, ninguém ajuda mesmo. Nem adianta.
Se você é lascado igual a mim. Kkk... E quer aproveitar o máximo de atrações possíveis, vai conseguir se divertir muito se levar dois ajudantes para as transferências. No meu caso, sempre viajo com uma cuidadora. Eu sempre sou duas. Se você não for um gato forte, ou uma amiga poderosa, pode ter certeza que me convidou, convidou duas pessoas. Hehe... Então, eu precisava apenas de uma pessoa. A primeira vez fui com minha irmã e cunhado, que ajudaram muito. A segunda, com uma amiga. E pasmem. Esses dias ela me disse que foi uma das melhores viagens que ela fez! Achei fofa! Às vezes você pensa que está atrapalhando, e pelo contrário, suas limitações trazem vivencias que acrescentam!
Nete (cuidadora) e cunhado Bruno - Universal |
Acho que um dos melhores pra cadeirantes sozinhos. Muitas das atrações são de assistir e a maioria das que tem carrinho, ohh... (isso no Magic Kingdom e na Universal), vc nem precisa sair da cadeira de rodas. Vai de cadeira de rodas e tudo. Ah! Não esqueça de verificar seu freio, senão, vai passar aperto!
Ingressos
O fato de ter que levar um cuidador aumenta as despesas. E não há descontos em ingressos.
Estacionamento
Caso você dirija, leve para a viagem a credencial do órgão de trânsito que permite seu estacionamento em vagas especiais no Brasil. Eu tenho a credencial do Detran e levei. Além de ser uma prova oficial de que sou uma pessoa com deficiência (em casos de descontos ou outras facilidades), eu estava com carro alugado (minha amiga de motora), e era só apresentar o documento nos estacionamentos da Disney que me permitiam estacionar em local mais próximo do parque. Eles têm um estacionamento enorme mais próximo (ou seria menos longe do que o comum hehe), só para pessoas com deficiência. E lota. Também vale a regra: chegou mais cedo, estaciona melhor.
Prioridade na entrada
Eu de cadeira de rodas na esquerda da foto. Tudo acessível! |
Não é como no Brasil. Para ter facilidade na entrada de brinquedos sem enfrentar longas filas, assim que chegar nos parques, você tem que procurar o Guest Relations (relações com os clientes). Lá, perguntei se poderia ter prioridade em filas. Cada caso é avaliado. Eles me deram um cartão que eu marcava horários nos brinquedos que desejava ir. Aí era bem mais fácil planejar as idas aos banheiros para o cateterismo, sem deixar que isso atrapalhasse meu lazer. Perto do horário determinado, eu ia ao brinquedo e entrava pela parte de acesso rápido. Minha cuidadora e amiga também podiam entrar comigo. Lembro de ter limite em reservas de horários. Uma nova marcação só podia ocorrer, após ter finalizado outras. Apenas comigo as meninas podiam entrar. Isso, para evitar fraudes.
Como saber se um brinquedo é seguro para suas limitações
A minha experiência foi no teste. E me lasquei muito por isso. O que aprendi, pode servir para sua segurança.
No geral, quando o brinquedo é mais tranquilo, em que a própria pessoa tem que se segurar, aí é PERIGOSO pra mim. Eu não tenho equilíbrio de tronco e nem seguro nas barras laterais. Risco sério. Abaixo foto do ideal de segurança para mim. Aprendi me metendo em furadas, pra nunca mais! Que eu conto pra vocês, no próximo post: Disney e as furadas em que me meti!
Segue links que minha amiga eficiente Camilla e eu usamos em 2014, e que nos ajudou:
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