quarta-feira, 15 de março de 2017

Eslováquia, Vila Vlkolínec, 2009

*Textos e fotografias resgatadas do meu antigo blog: Carlinha em Atenas

04/05/2009 

Eslováquia: Dia livre em Ruzomberok

Hoje conhecemos uma vila que está na lista da Unesco como patrimônio cultural da humanidade. O nome é complicado: Vlkolínec. Mas só conhecemos por birra e muuuita teimosia!! Nós somos chatos mesmo! Kkkk... Bando de cadeirantes que não se conformam em ficar quietinhos! Coisa difícil, gente!

Kovaski, Carla e Joyce. Faltou o Carluxo na foto. Nem conto onde ele estava. hehe...

Primeira dificuldade: o carro.

Pedimos uma Zafira porque tinha que caber três cadeiras de rodas atrás. Ok, todos acomodados, cadeiras e rodas empilhadas no porta-malas, quase não fecha, faz uma forcinha ali, empurra um tantinho aqui e pronto! Mas eis que surge o Carluxo. Já estávamos esperando ele. Mas havíamos esquecido um detalhe: o Carluxo é uma atleta que anda, no entanto, não consegue dobrar os joelhos.

Gente, o esforço que ele fez para sentar no banco de trás... Impossível. Não tinha como entrar com as pernas esticadinhas. Foi aí que percebi o quanto o taxista era legal. O Peter já tinha nos ajudado a entrar no carro e empilhar as cadeiras. Desfez tudo, ajudou o Kovalski (cadeirante) a sair do banco da frente e ir para trás, arrumou os bancos na maior paciência e reorganizou as cadeiras. Com ajuda da Nete, claro. O Carluxo coube e lá fomos nós: tres cadeirantes, um mais ou menos e a Nete. A única andante corajosa da galera!

Nete, a guerreira!

Fomos chegando a aldeia e era linda. Só que era subindo no pé da montanha. Quanto mais alto ficava, mais o terreno, diga-se de passagem, de pedrinhas batidas, ficava íngreme. A idéia era o taxista nos deixar no topo e irmos descendo, conhecendo a vila até a base. Quem disse que deu? O Kovalski foi a cobaia. Só foi descer na cadeira que ela não parava quieta. Derrapava para um lado, para o outro e a Nete deu o veredicto: não dá. Sozinho com cadeira, não.




Quase voltamos para o hotel. Mas o Peter perguntou para seu chefe se poderia nos esperar lá. O chefe deixou por 10 euros a hora. Só precisávamos mesmo de uma hora para conhecer a vila. E eu perguntei se então ele poderia nos ajudar. Pra minha surpresa, ficou super feliz! Nossa, difícil cadeirante encontrar taxista gente boa assim! Desceu com o carro conosco até a igreja, subiu esses tres cadeirantes na escada da casa que é um museu, tirou foto nossa e também pediu para tirar conosco, e empurrou o Kovalski, e às vezes a Joyce, ladeira acima e ladeira abaixo. Sempre satisfeito mostrando o sorriso que faltava alguns dentes. Engraçado, imagino que dentista seja muito caro aqui. muitas pessoas tem os dentes errados ou a ausência deles.



Peter atras do Kovalski, tirando água (natural, corrente da montanha. Geladinha... Uma delícia!)

do hidrante da vila. Ao lado,  torre com o sino. Meio de comunicação do antigo povoado.
Pra finalizar, ainda nos levou pra conhecer um lago perto do hotel “de grátis”. E na chegada ao hotel, ajudou todo mundo a voltar para suas devidas cadeiras! Tirando o Carluxo que não precisa de cadeira, claro. Mas ele também teve a atenção do Peter. Veio batendo maior papo em “Portuenglish” com o eslovaco. O Peter gostou bastante da nossa turma. Uma boa alma esse taxista. Que Deus o abençoe.


*Fico devendo uma foto do Carluxo.

Bjoos...

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