quarta-feira, 15 de março de 2017

Ilha Grega Mikonos 2004. Eu fui!

*Textos e fotografias resgatadas do meu antigo blog: Carlinha em Atenas


07/10/2004 

Mikonos



Saímos bem cedinho. Eu, Net, Rosaninha, Nat, Fred e Fabio. 5:50 da manha já descíamos o elevador. Sem café, com tudo escuro, saímos correndo. A expectativa de ir de navio para uma famosa ilha grega era enorme, mas que decepção de navio! Uma lotação de gente. Não tinha espaço direito nem para andar. Só conseguimos lugar na varanda em cima. Um friiio... Detalhe, subi num elevador de carga, mas... Elevador. Tudo bem. Sete horas de viagem depois estávamos em Míkonos. Conseguimos uma hospedagem. A dona chama-se Cristina. Uma alemã muitíssima gente boa que se casou com um grego e mora há vinte e dois anos na ilha. Mais um grego esperto para confirmar minha tese.
 (Eu, Fabio, Rosaninha e Fred passando o tempo no primeiro navio. Truco... hehe ganhei todas!)

A pousada era bem arrumadinha. Os únicos problemas que encontrei lá foram uma escada de dez degraus e a cama que era mais baixa que o normal. Para quem estava acostumada (na verdade meus "carregantes") a descer e subir todos os dias uns 50 degraus, foi fichinha. O chato da cama era a dificuldade em passar só. Mas foram só 2 dias e ½ e a galera ajudou. Tranqüilo. Ao contrário dos taxistas de Atenas que me ignoram e que mesmo parando, quando vêem a cadeira de rodas fogem, os taxistas da ilha são ultragentis, até me ajudavam a sair do carro sem eu pedir. Teve um louco desse. Hehe! Mas ele fez certinho. Só teve um taxista sacana que me roubou. Cobrou 16 euros numa viagem de 9. Fdp!!

No porto estavam nos esperando o Gustavo, o Bruno e o Gaspar. Eles também trabalharam nas Paraolimpíadas e fizeram amizade com a galera. Foram super legais. Nos levaram aos melhores lugares. As praias são pequenas, mas lindas demais. O mar é azul transparente e gelaaaado. Nem entrei, fiquei no sol mesmo. Coisas de tetra... Rs! A areia é meio ruim. Cheia de pedrinhas. Areia boa é do Brasil. Que saudade... Fomos a três praias. Cara, era tanta mulher de topless! Tinha homem que também tirava, mas ficavam escondidinhos, não vi nenhum. Agora a mulherada não. Um mooonte! Sabe, era tão normal que não tinha como se escandalizar ou assustar. Todo mundo ficava na sua... Mas não se empolguem os carentes, a maioria é senhora e acompanhada.


(Carlinha em seu momento relax)

À noite fomos duas vezes a uma boate lá. Como está no finzinho do verão Mikonos não estava tão agitada, mas foi legal. No caminho demos de cara com um Pelicano (ave marítima que tem um bicão). O Fabio, que me empurrava (não levei a motorizada), chegou bem pertinho. Morri de medo daquele bicho me bicar. Aí falei: “sai de perto Fabio que eu tenho medo de Pelicano!!!”. Isso me rendeu gozações até o fim da noite. Poxa, mas eu tava certa não? Rs!

No último dia só fomos à praia. Nosso navio que sairia as 23:15 tava super atrasado e eu morrendo de fome. Assim que o navio (Ntaliana) estava aportando, a gente só vê a louca da Rosaninha correndo em direção ao navio e ao mar. Juro que pensei que ela fosse pular ou ser atropelada! O guarda ficou louco né. Aí ela volta com a cara deslavada, tadinha! O bilhete dela escapou e voou para o mar! Na hora foi preocupante, mas lembrar da cena agora é muito cômico. Acabou que como o cara viu tudo, não teve problema.

Gente, esse foi o pior navio de todos. Não tinha elevador... Uma inexperiência, para não dizer incompetência. Acho que os caras nunca levaram um cadeirante. Bom, entrei junto com os carros (fumaça!), fui carregada, passei pelos corredores espremidos e graças ao povo ter guardado um assento para mim, pude dormir. Quando a gente diz navio para as ilhas gregas imagina aquela coisa. Mas para quem não tem grana, como a gente hehe, a realidade é outra. Quando que eu pensaria que o navio viria lotado, só com escadas, o povo deitado tudo no chão, no meio dos corredores, aliás, em qualquer buraco em que coubesse um ser humano! Tinha gente que pegava cinco assentos e deitava, não estava nem aí para quem não tinha lugar. O povo fumava onde era proibido, comia as “merendas”, falava alto na madrugada! Uma beleza, maior bagunça! Hehe! Já que lá era uma zona mesmo, sentei na cadeira, coloquei os pés em cima da cadeira de rodas (atrapalhando o caminho) e dormi.

Fiquei com pena da galera que passou mal. Tava ventando muito e o navio balançou pra valer. Um grego que conheci lá disse que faz essa viagem mais ou menos uma vez ao ano e nunca tinha balançado tanto. Dava pena ver a Net e o Fabio. Depois de muito balanço chegamos a Atenas mooortos de cansaço e fome. Coitado dos meninos que ainda tiveram que me carregar na escada do colégio. Mas cheguei sã e salva! 

Amanhã, rumo a Brasília! Bjooos....


 Escrito por Carlinha às 17h19

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