*Textos e fotografias resgatadas do meu antigo blog: Carlinha em Atenas
Carlinha em Atenas |
O dia de nada dar certo
27/09
De manhã tentei visitar a Acrópole com a Suzanne e Aline, lá a gente se separou. Agora eles fizeram um elevador (ou demorador) que sobe até o Pathernon. O elevador cabe uma pessoa de cadeira de rodas e uma pessoa em pé. Acho que toda vila paraolímpica resolveu ir visitar a Acrópole no mesmo dia que eu. Sem brincadeira, tinha uns 50 na minha frente. Depois de +- 1hr30 esperando, contei o tempo que demorava em subir uma pessoa. Quase 10 minutos! Ainda tinha uma galeeera na minha frente e não parava de chegar. Como eu tinha compromisso à tarde, fui embora. Q droga! Ainda tive que agüentar ir ao banheiro, que não trancava a porta, com esse tanto de cadeirantes lá.
Na volta para o OAKA (complexo olímpico) reencontrei a Suzanna e a Aline e conheci um cara muito gato. Brasileiro né! Ele está “se virando” na Europa (isso é um afazer aqui. rs). Já foi para Creta. Que inveja! Por isso que eu digo, esse negócio de deus grego e deusa grega é a maior propaganda enganosa. Aqui está uma moda de cabelo de Chitãozinho e Xororó, além das roupas apertadinhas... As gregas também são difíceis de encontrar uma bonita. Mas de vez em quando a gente encontra. Aí vai uma supergente boa, Antonia. Mas se você quer ver gente bonita, fica no Brasil! Agora eu descobri porque tem tanto grego casado com brasileira. Espertinhos...
Bom, fui para OAKA reservar um carro para ir lááá no estádio do ciclismo. O carro que era para sair às 15:30, saiu as 16:50. Detalhe, o horário da prova que seria as 16:15, foi as 11:15. De qualquer forma eu ia perder mesmo, cheguei lá eram 18:05. Enquanto esperava o carro, fiquei assistindo o atletismo (é bem do lado). Tinha um brasileiro que ia correr, o André. Ele já estava aquecendo na pista, mas o carro chegou antes da largada e fui embora. Depois fiquei sabendo que ele foi prata. Ô azar acumulado nesse dia!
Pra fechar bem, hoje era aniversário da Aline e decidimos sair. Antes eu tinha que gravar o rádio e o povo terminar de escrever, mandar foto e etc. Acabamos 1h20 da madrugada. Alguns foram na frente, mas eu, Rosana, Natália, Renato, Nilson e Bruno ficamos na segunda leva. Chegamos na estação de metrô as 2hr20. A cena estava cômica pra não dizer trágica! Hehe! Um olhando pra cara do outro e nada de metrô chegar! Todo mundo arrumado, as meninas maquiadas... E então descobrimos que o metro só funciona até as 2:00. Aí foi voltar e dormir. rs!
Bjos!!
30/09/2004
Acrópole finalmente! Maravilhoso... não dá para descrever a sensação. O sol, o vento, o lugar, a história... muito gostoso Estar lá. Depois de dias tentando, todos os esforços valeram à pena. Vou guardar para sempre na memória!
Escrito por Carlinha às 14h03
01/10/2004
Penúltimo dia em Atenas...
Letícia, Fred, eu, Fábio e Rosaninha no estádio Heleniko (futebol)
Oie! Acabou o trabalho e nem contei como foi a última participação do Brasil nos jogos. Fui para a final do futebol de cinco (cegos). Cara, que jogo emocionante! Esse dia fui só ver, não fiz matéria. Lá é muito longe! Tudo é longe! Minha cadeira motorizada está sendo fundamental aqui. Cheguei na prorrogação. 0x0 Brasil e Argentina. A disputa foi nos pênaltis. É muito interessante ver um jogador cego bater pênalti. O treinador bate com um ferrinho nas traves do gol e fala: lado esquerdo, lado direito, depois se posiciona no centro e diz estar bem no centro. O goleiro é uma pessoa comum que enxerga e os jogadores chutam forte. É um senso de espaço pelo som impressionante. A bola tem um guizo e a arquibancada tem que ficar em silêncio. Haha! Imaginem brasileiros e argentinos quietos num jogo de futebol. Era um tal de “silence please”. O Brasil comandou o jogo, mas quase perdeu nos pênaltis. Enfim, 3x2 para o Brasil. Ganhamos pela primeira vez um ouro olímpico no futebol.
Assisti um show de músicas dos Bálcãs no Odeon, teatro de Herodes na Acrópole. O lugar já é maravilhoso, e à noite com iluminação "maravilhosíssimo"! Hehe! Lembrei tanto da minha mãe, da tia Nádia... Adoradoras da história iam se arrepiar diante do show naquele teatro da antiguidade. Durante o espetáculo, tinha uma banda excelente lá. Nossa! Voltei ao passado. Deu vontade de pular da cadeira e ir dançar lá embaixo com minhas companheiras do “corpo de baile” da banda do Marista. Lembrei do Denis, Xib.. opa, Marcelo Coutinho... Tinha um cara que tocava a Tuba muito bem, o Valter ia ficar impressionado com o Barítono e a Giselle... Ah! A Giselle ia babar nos percussionistas. Os caras eram bons! Extremamente bons! Não tinha sax Bruno, mas também lembrei de você. Teve outros músicos, mas a banda levantou a galera e fez o teatro dançar. Saíram muito aplaudidos!
Gente, amanhã estou indo para Mikonos (ilha grega). Vou ter que acordar umas 5 da manhã. Que preguiiiça! Muito sol e noite! Empolgadíssima mas um pouco receosa. Coisas de cadeirante né? Sei lá QUAIS barreiras, dificuldades, problemas, inacessibilidade e etc e tal eu vou ter que enfrentar! Bom, superação já ta virando meu sobrenome. Hehe! Rezem por mim. Mando notícias assim que der. Bjooos...
Escrito por Carlinha às 16h16
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